Jejum intermitente, é cada vez mais comum as pessoas aderirem à essa prática alimentar, mas será que é saudável? Há nutricionistas que são fãs do jejum intermitente e não se cansam de falar sobre os seus benefícios e outros que são totalmente contra. Afinal quem está certo?

Na verdade, não há uma forma certa ou errada, existem pontos positivos e negativos que devem ser avaliados por quem optar por se alimentar dessa forma, junto com o seu nutricionista.

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O que é o jejum intermitente

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De acordo com o professor de Nutrição da Cruzeiro do Sul Virtual, Acácio Barros, o Jejum Intermitente é um plano dietético caracterizado pela redução na ingestão energética usando um período de jejum alternado com o consumo livre de alimentos. A forma mais comum consiste em horas de jejum seguidas, e oportunidades de ingestão de alimentos livre, em um mesmo dia.

“Qualquer protocolo alimentar, deve ser acompanhando e orientado por um profissional. No caso do jejum, o nutricionista é quem avalia se há a necessidade de aplicar esse método e qual seria o melhor tempo de janela de jejum, para não prejudicar o metabolismo da pessoa, e não pensando, somente, em emagrecimento, pois o jejum prolongado, é prejudicial a manutenção da massa muscular, podendo gerar a perda da mesma”, explica o professor.

Apesar de alguns impactos negativos, a prática pode ser realizada em alguns indivíduos, exceto em crianças, idosos, gestantes, mulheres que estão amamentando e portadores do diabetes tipo I que são dependentes de insulina.

Pontos positivos e negativos do jejum intermitente

Pontos positivos

“Essa prática melhora o perfil glicêmico por meio da redução significativa na glicemia, diminui significativamente a glicemia após comer e reduz a progressão do diabetes. Além disso, também influência nos ritmos circadianos, por exemplo, no horário em que o alimento é ofertado, tem melhora na atenção do indivíduo, comparado com o período de jejum”, salienta Barros.

Observa-se também um impacto positivo no emagrecimento de alguns indivíduos e é esse o principal motivo das pessoas buscarem por essa prática.

Pontos negativos

Ficar longos períodos sem comer pode influenciar na convivência social e afetar a saúde física e psicológica, além de impactar no desempenho das atividades do dia, até mesmo dificultando a concentração. “A pessoa que costuma fazer esse protocolo está mais propensa a tomar medidas compensatórias inadequadas como vômitos induzidos, uso de laxantes, inibidores de apetite e diuréticos. Alguns estudos comprovam que principalmente na primeira hora após o jejum, o risco de comer excessivamente depois é de 65% a mais”. Nesse caso o jejum intermitente é desaconselhado e uma abordagem pautada na nutrição comportamental é o mais indicado.

Ao realizar o Jejum Intermitente, o tempo máximo que uma pessoa pode ficar sem comer é de 24h. No entanto, de acordo com o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP foram encontrados efeitos negativos no organismo de um protocolo de 24 horas de jejum x 24 de alimentação livre.

Entre os efeitos negativos sinalizados pelo ICB estão: o aumento dos radicais livres e da secreção de insulina no pâncreas por conta da resistência à insulina, diminuição da ilhota pancreática, diminuição periférica da resposta à insulina, grande aumento da dimensão do estômago, redução da massa magra, aumento da quantidade de gordura geral inclusive a visceral.

Com essas informações em mãos fica mais fácil avaliar o custo-benefício do jejum intermitente. Falei sobre o assunto nesse post e continuo com a mesma opinião: o ideal é optar por uma dieta equilibrada, reeducando o corpo e a mente a preferir alimentos naturais e mais saudáveis, ao invés de optar pelo jejum.