Se o ditado popular: falem bem ou falem mal, mas falem de mim, desse prêmio, a academia mais premiada seria a Smart Fit. A última polêmica criada, pelo Profissionais de Educação Física, envolve o recém lançado App da Smart Fit. 

Há algum tempo que me abstenho de comentar sobre polêmicas geradas por professores que se mantém presos à uma época passada. Que teimam em não acompanhar em bater de frente com novas tecnologias. Convenhamos que dessa vez passaram dos limites, e eu não aguentei, por isso estou aqui tratando desse assunto. O app da Smart Fit não é uma tecnologia nova, o modelo de negócio da academia, também não. Ambos vieram para ficar e não adianta perder tempo reclamando nas redes sociais, justificando o injustificável, cobrando uma posição do CREF em algo que foge da sua área de atuação.

app da smart fit

App da Smart Fit gera polêmica entre professores na internet.

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As reclamações de alguns professores sobre o app da Smart Fit, são as de sempre, que é um absurdo colocar um app para montar treino, que os professores não são valorizados, que o app não corrige, que o app não faz periodização, que nada substitui o contato com o professor, que o resultado serão pessoas lesionadas dentre outras.

Então vamos por partes. Primeiro vamos falar da Smart Fit. Já deu ficar reclamando desse modelo de academia, além da Smart Fit existem outras redes (Just Fit e Blue Fit que me ocorreram de bate pronto) e outras academias que funcionam com o mesmo modelo enxuto. A Smart existe há nove anos. N-O-V-E anos e só cresce. Se você não concorda com o modelo ou com o salário: não trabalhe para eles.

“Eles estão prostituindo o mercado, acabando com a carreira de muitos profissionais.” Sim, isso também está escrito nas discussões sobre o app da Smart Fit. Tem gente até torcendo para que descubram alguma falha no negócio que leve a quebra da rede.

Colega, é péssimo desejar o mal para outros e quem está acabando com a carreira são os próprios profissionais que não se atualizam, que não atendem bem, que deixam o idoso de lado para dar atenção aos mais novinhos, que não corrige o aluno na sala, pois se quiser ser corrigido que pague Personal. Para ser atendido assim em uma academia de bairro, melhor optar pelo modelo que as Low Cost oferecem, ao menos, via de regra a infraestrutura é melhor. E essa postura é a de muita gente que eu conheço, não estou falando por falar.

Voltando ao assunto app que deu origem à essa publicação. A Smart Fit não fez nada que já não existisse, entre em uma loja de aplicativos e procure. Eu uso cinco, só para exemplificar. Pelo contrário acho até que demoraram para oferecer mais essa comodidade aos alunos. Os apps são apenas uma versão moderna dos treinos recortados de revistas que existem, sei lá desde quando.

O que o app da Smat Fit faz

O app da Smart Fit funciona exatamente como muitos apps disponíveis no mercado. O Smart Fit Coach, faz uma avaliação individual por meio de um chatbot em que o aluno conta sobre seu histórico de atividade física e fala quais são seus objetivos. Automaticamente o sistema estrutura o treino de acordo com as características identificadas, para que o usuário alcance o resultado desejado. Os treinos podem conter as modalidades HIIT e exercícios em outros equipamentos e atividades disponíveis na academia. Para cada aluno são desenvolvidos até quatro treinos diferentes.

“Nós criamos uma ferramenta para oferecer ainda mais qualidade e conveniência para os alunos que querem manter a prática de atividade física em dia. O aplicativo Smart Fit Coach proporciona uma experiência treino dentro da Smart Fit, deixando o aluno conectado e motivado a evoluir e alcançar os resultados desejados”, comenta Diogo Corona, Diretor de Operações da Smart Fit. O aplicativo envia alertas e incentiva a evolução, sinalizando quando estiver na hora de trocar de treino.

Vamos pensar como a montagem do treino funciona, sem uso de app, em muitas academias.

Depois de conversar com o aluno, ou após uma anamnese o professor alimenta um sistema, que muitas vezes, dá opções de treinos básicos, PRONTOS, baseados nas respostas do aluno. Ou em sistemas mais antigos escolhe a opção mais adequada. Cabe ao professor fazer essa ou aquela modificação, quando existe a possibilidade e/ou quando essa função está liberada. O aluno imprime a ficha no totem e invariavelmente não sabe o que fazer. Para resolver esse problema, há muitos anos alguém pensou em numerar os equipamentos para facilitar a identificação. Funciona bem para alguns equipamentos, já para o crossover, sempre vem a pergunta: O que é para fazer mesmo professor?

Brincadeiras a parte, o app faz exatamente a mesma coisa, mas elimina etapas e ainda mostra qual o aparelho e qual o exercício. Sem contar que no caso da Smart Fit o treino está na mão do aluno, pode fazer em qualquer unidade, quando possui o plano Black que dá acesso à toda rede.

Treinos montados em sistema não caem do céu.

Há alguns anos esses treinos PRONTOS eram previamente elaborados pelos próprios professores que faziam o cadastro deles. Trabalhei em uma academia que tinha treino até para quem jogava futebol, para quem era tenista, para quem praticava corrida. Nos apps são uma base que fazem esses cruzamentos de dados, mas essas bases tem que vir de algum lugar, não caem do céu.

No app da Smart Fit, ainda não consegui as informações sobre a origem dos dados, vamos ver se consigo essa info para complementar aqui, mas posso contar sobre o que sei do app da BodyTech (que não causou nada dessa polêmica), o BTFit.  Em um congresso há três anos  explicaram que  a base de dados doo app da BodyTech, que pode ser usado mesmo por não alunos, cruza as diretrizes do ACSM com dados coletados (durante um ano, eu acho), de treinos reais, da Fórmula Academia.

Se você ainda duvida que um app desses seja capaz de montar um treino básico melhor do que um profissional, precisa se atualizar sobre tecnologia com urgência. Quem consegue ter todos esses inputs na cabeça? Conversar com alguém da área de TI também vai abrir seus horizontes. Também recomendo a leitura de: Aplicativos X Personal Trainer – Vamos discutir essa relação

Tecnologia muda profissões e mercados

É inegável que a tecnologia muda profissões e mercados. Locadoras de filmes desapareceram das grandes cidades e vão sumir das pequenas também. Não revelamos mais fotografias, não existe mais a profissão de datilógrafo e poderia citar muito outros exemplos aqui. Aí alguém vai dizer que os apps de exercícios mexem com a saúde. Sim, é verdade, mas existem robôs que fazem cirurgias, médicos que atendem a partir de vídeo conferência, relógios que monitoram a condição de pacientes graves e indicam dose de medicamento,  só para citar exemplos na área da saúde.

Da mesma forma que os nutricionistas que pautam o seu atendimento na contagem de calorias vão perder seus empregos, para os apps, os profissionais de Educação Física, especialmente os de academias, que continuam montando treinos básicos também irão. Faz -se urgente buscar outras formas de atuar e usar a tecnologia a seu favor.

Mudanças assustam, mudanças nos tiram da área de conforto e talvez nunca na história da humanidade as coisas tenham mudado na velocidade que estão mudando agora, isso vale para todas as profissões e na Educação Física não será diferente.