Que corredor nunca ouviu esta história: “Estava melhorando meu tempo e ritmo quando de repente comecei a sentir uma dor chata na perna que foi piorando até eu não conseguir mais correr…”. Pois é! Esta é uma história bem comum entre praticantes de corrida e a causa desta dor normalmente é uma entidade chamada popularmente de Canelite, a Síndrome do Estresse Tibial Medial.

Canelite

A canelite, Síndrome do Estresse Tibial Medial é definida pela American Medical Association como uma dor ou desconforto localizados na perna resultantes de atividades repetitivas em superfícies rígidas ou pelo uso excessivo e forçado dos flexores do pé.

Esta síndrome é responsável por 6 a 16% de todas as lesões diagnosticadas em corredores sendo o terceiro problema mais reportado nesta população.

Os fatores de risco para a canelite podem ser divididos em intrínsecos (ou pessoais), como variações anatômicas e características físicas do indivíduo ou fatores extrínsecos relacionados ao esporte como piso da corrida e calçados utilizados.

Diversos fatores já foram descritos na literatura médica como associados a maior risco de lesões como: falta de experiência no esporte, distâncias excessivas percorridas semanalmente, condição física inadequada para a prática de corrida, presença de lesões prévias, aumento abrupto de ritmo ou distância percorrida na corrida.

 Dicas para prevenção da Canelite

  • Uso de órteses e calçados que absorvem impacto. Estes dispositivos possivelmente absorvem o choque, estabilizam a articulação do tornozelo e diminuem a pronação excessiva desta articulação.
  • Treinamentos para fortalecimento e alongamento dos diversos grupos musculares dos membros inferiores devem ser realizados antes e durante a temporada de prática esportiva.
  • Escolha de pisos mais macios como grama e terra para prática da corrida. Esteiras modernas com grande absorção do impacto são boas opções também.
  • Aumento gradual no ritmo e duração do treinamento. Recomenda-se um aumento semanal de no máximo 10% na duração ou ritmo da corrida.
  • Tratamento adequado e completo das lesões prévias, seguido de atividades de prevenção para evitar novas lesões ou retorno da mesma lesão.

Por: Dr. Gustavo Arliani – CRM 124736

www.drgustavoarliani.com.br

Ortopedista formado pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP e especialista em Traumatologia do esporte e Cirurgia do Joelho, também pela UNIFESP. Dr. Gustavo é membro do Centro de Traumatologia do Esporte (CETE). Especialista em Ortopedia e Traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT. Membro do Comitê Médico da Federação Paulista de Futebol (FPF), Diretor do Centro Médico de Excelência da FIFA da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo).