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Perda de memória é normal?

perda de memória pode ter várias causas que envolvem algumas condições médicas e o estress. O diagnóstico passa por avaliação médica e exames e o tratamento pode incluir o uso de medicamentos e a realização de terapias. O que muitas pessoas não sabem é que a prática regular de exercícios, também, pode ser preventiva para a perda de memória.

De acordo com a Dra. Mirella Fazzito, neurologista da Clínica Araújo e Fazzito, a falha súbita na memória pode ser decorrente de vários fatores que incluem algumas doenças neurológicas bem como problemas emocionais, estresse e traumas psicológicos.

Causas da perda de memória

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Segundo a doutora, o uso de algumas substâncias tóxicas, como álcool e drogas e os distúrbios do sono também podem afetar a memória e concentração. “A perda de memória, seja repentina ou progressiva, pode ter um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas. É muito importante procurar atendimento médico, se você ou alguém que você conhece tiver qualquer dificuldade de memória.  A presença de sintomas associados como dor de cabeça persistente, fraqueza, confusão ou mudanças súbitas de comportamento são sinais de alerta para a necessidade de investigação e acompanhamento,  comenta a especialista.

Alterações hormonais como os que ocorrem por ocasião da menopausa também podem causar perda de memória. Recentemente tivemos inúmeros relatos de perda de memória como sequela da COVID-19. Embora doenças como o Alzheimer e a Demência assustem, na maioria das vezes a perda da memória tem outras causas, principalmente em pessoas com menos de 65 anos.

Prevenção e tratamento da perda de memória

A prevenção da perda de memória pode ser feita, em alguns casos, com cuidados relacionados ao estilo de vida. Uma boa rotina de sono, alimentação saudável, exercícios físicos e cognitivos podem ser aliados.

Sobre a prática de exercícios físicos, além dos benefícios relacionados à diminuição da ansiedade e controle do estresse, que irão beneficiar na prevenção da perda de memória, há resultados de pesquisas muito interessantes relacionadas à doença de Alzheimer.

Os idosos que sofrem de fraqueza muscular têm um maior risco de desenvolverem doença de Alzheimer, segundo um estudo publicado nos “Archives of Neurology”¹.

Uma revisão de estudos publicada por pesquisadores das universidades Federal de São Paulo (Unifesp) e de São Paulo (USP) na “Frontiers in Neuroscience”², fornece evidências clínicas de que exercícios físicos resistidos são de fato benéficos para minimizar o déficit nas funções cognitivas e comportamentais causado pela doença de Alzheimer e podem ser propostos como terapia alternativa acessível.

“O exercício físico resistido se confirma cada vez mais como estratégia efetiva para evitar o surgimento dos sintomas de Alzheimer esporádica (não associada a uma mutação herdada), que é multifatorial e pode estar relacionada ao envelhecimento, ou para retardá-los nos casos da forma familiar da doença”, resume Beatriz Monteiro Longo, professora de neurofisiologia da Unifesp e coordenadora do trabalho. “A principal possível razão para isso é sua ação anti-inflamatória.”

Ou seja, quer prevenir/retardar o aparecimento da doença de Alzheimer, faça musculação, ou outro treinamento resistido que você goste.

O tratamento para a perda de memória deve ser feito, preferencialmente, por uma equipe multidisciplinar composta de médico neurologista, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e profissional de educação física.

Um diagnóstico precoce e tratamento adequado podem ajudar a minimizar os efeitos da perda de memória e melhorar a saúde, qualidade de vida e o bem-estar mental.

Referências
1- Boyle PA, Buchman AS, Wilson RS, Leurgans SE, Bennett DA. Association of muscle strength with the risk of Alzheimer disease and the rate of cognitive decline in community-dwelling older persons. Arch Neurol. 2009 Nov;66(11):1339-44. doi: 10.1001/archneurol.2009.240. PMID: 19901164; PMCID: PMC2838435.

2- AZEVEDO, CAROLINE VIEIRA ; HASHIGUCHI, DEBORA ; CAMPOS, HENRIQUE CORREIA ; CAMPOS, H. C. ; FIGUEIREDO, EMILLY V. ; OTAVIANO, STHEFANIE FERREIRA S. D. ; PENITENTE, ARLETE RITA ; ARIDA, RICARDO MARIO ; LONGO, BEATRIZ MONTEIRO . The effects of resistance exercise on cognitive function, amyloidogenesis, and neuroinflammation in Alzheimer?s disease. Frontiers in Neuroscience, v. 17, p. 10.3389/fnins.2, 2023.

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