As dores nas costas, dor na coluna, está entre os sintomas clínicos mais comuns entre os adultos e idosos em todo o mundo. O que pouca gente sabe é que as principais causas de dores nas costas estão relacionadas à hábitos cotidianos como a forma que sentamos, o calçado que usamos (principalmente mulheres que usam salto alto) e a sobrecarga que levamos no nosso dia-dia, nas mochilas, pastas etc. Frequentadores de academia também podem ser prejudicados e sentir dores nas costas por usarem uma sobrecarga inadequada nos exercícios, realizar movimentos de forma incorreta e frequentar aulas de ginástica em grupo inapropriadas para seu nível de condicionamento físico ou para algum problema pré-existente.
Parece ser muito obvio, mesmo assim muitas pessoas ainda continuam persistindo no próprio erro, e pior sempre arrumando um culpado para tudo, menos o próprio comportamento.
Nossa coluna possui algumas curvaturas que são naturais e servem para distribuir melhor o impacto das atividades diárias. Ela é formada por diversas estruturas, além dos ossos, como ligamentos, cartilagens e espaços que garantem nossa postura ereta. É cada vez mais frequente que ocorram desvios, que desorganizam essa estrutura, causando dor. As terminologias usadas para diagnosticar desvios posturais são enormes, variam conforme a localização, a formação de curvas não fisiológicas (que não são naturais), a estrutura lesionada e o tipo de lesão. Algumas são bastante conhecidas como: escoliose, cifose, lordose, e as espondilolistese entre outras. Dependendo da gravidade desses desvios além da dor eles podem gerar hérnias, deformidades e até mesmo problemas respiratórios! Hoje vou falar um pouco sobre a escoliose, um desvio bastante comum que exige cuidados e algumas vezes tratamento.
O que é escoliose
Conforme eu disse, nossa coluna possui curvas naturais, mas isso quando olhada com a pessoa de perfil. Ao observarmos a coluna vertebral no indivíduo de costas ela deve ter um aspecto reto, sem curvas. Quando elas existem temos a escoliose. A escoliose é um desvio da coluna vertebral para a esquerda ou direita, resultando em um formato de “S” ou “C”.
Como é feito o diagnóstico da escoliose
O diagnóstico é feito através de exames físicos e radiológicos. Exame físico: é composto de testes específicos, pois a escoliose nem sempre é de fácil observação. Esse exame pode ser feito por um médico, um fisioterapeuta e também pelo profissional de educação física. Ainda que o exame físico seja positivo, a confirmação do diagnóstico é feita através do exame radiológico que deve ser solicitado pelo médico. Essa confirmação é importante pois muitas vezes, a escoliose é confundida com uma assimetria de ombro ou pelo encurtamento de membros inferiores (que pode ser por uma estrutura óssea ou encurtamento muscular). O erro também pode ocorrer por inexperiência do avaliador físico ou do fisioterapeuta. Exame radiológico: tem por objetivo medir o grau do ângulo de Cobb. Quando esse grau fica entre 10 e 20 a escoliose existe, mas é considerada normal, e do ponto de vista teórico, sem prejuízo ao paciente. O que não significa que não mereça cuidados! Além de diagnosticar a existência da escoliose é preciso identificar qual o tipo, pois para cada tipo existe um tratamento diferente. A escoliose pode ser estrutural ou não-estrutural. A escoliose não-estrutural pode ser causada pelos maus hábitos posturais, como os comentados no início do texto, ou então pelo encurtamento dos membros inferiores e pode ser curada uma vez que não há comprometimento na estrutura óssea. Já no caso da escoliose estrutural o tratamento tem por objetivo principal melhorar a qualidade de vida e em casos mais graves desacelerar o aumento da curvatura. A escoliose estrutural é dividida em diversos tipos:
Escoliose idiopática (causa desconhecida)
- Diagnóstico mais frequente, a coluna vertebral se mostra normal no nascimento, mas deforma-se no anos de crescimento rápido da adolescência (fase do estirão), por razões ainda não esclarecidas.
Escoliose congênita
- Essa acontece desde o inicio do desenvolvimento do feto, as vértebras não se formam de modo simétrico.
Escoliose neuromuscular (paralítica)
- A coluna tem o seu desenvolvimento normal no nascimento, mas muitas vezes seu quadro mórbidos e paralisantes afetam os músculos que estabilizam a coluna vertebral, como: lesão vertebral, paralisia vertebral, poliomielite e distrofias musculares.
Outras causas
- Escoliose causada por tumores na coluna vertebral