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Ciclismo: as lesões mais comuns na coluna e membros inferiores

Mais que adrenalina e velocidade, o ciclismo permite para quem o pratica a sensação única de liberdade e de voar sem sair do chão. Considerado o sétimo esporte mais saudável pela revista Forbes, em 2010, a modalidade proporciona resistência cardiorespiratória, força e resistência muscular, flexibilidade, além do gasto calórico, mas pode ser aliado de danos corporais se praticado de maneira incorreta, excessiva ou se acontecerem quedas graves. Entre as ocorrências estão a fascite plantar, a parestesia peniana, as lesões musculares e a lombalgia – que se não for tratada pode evoluir para uma hérnia de disco.

O fisioterapeuta Giuliano Martins, diretor regional da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRC) e proprietário do ITC Vertebral Ribeirão – instituto especializado no tratamento de lesões na coluna, explica como isso acontece.

“As dores nas costas são decorrentes da posição mal ajustada do ciclista sobre a bicicleta. Os músculos que podem ser afetados são os Glúteos, Piriforme, Isquiotibiais Paravertebrais, Multífidos e o Quadrado Lombar. Este último está localizado entre primeira vértebra lombar e vai até a segunda vértebra sacal, conhecidas como L1 e S2. Por isso que a escolha e a regulagem correta do equipamento são importantes para evitar as lombalgias, e futuramente, as hérnias de disco”, diz.

Martins explica que outro problema muito comum nos joelhos são as tendinites.

O movimento de pedalar é feito principalmente  pelo Quadríceps mais especificamente pelo Vasto medial. Uma pedalada com técnica errada ou pedalada com muita sobrecarga (subidas, pedaladas travadas) vai sobrecarregar esta musculatura e pode causar lesões. É importante escolher o tamanho de quadro correto ao tamanho de cada pessoa. Observar as regulagens e os ajustes para o corpo. Outro conselho é evitar pedalar em marchas muito pesadas para não sobrecarregar os joelhos e realizar aquecimentos antes e alongamentos depois dos exercícios”, esclarece.

Pedalando há um ano, o publicitário e atleta profissional Rafael Hernandez conta que sofreu uma lesão no joelho esquerdo por usar a bicicleta de maneira errada. “Quando comecei a praticar fui com muita “sede ao pote” e não me atentei para a regulagem específica para o meu biotipo. O assento estava alto demais e eu sobrecarreguei muito minhas pernas e principalmente, o meu joelho. Nos dois primeiros dias foi impossível de me locomover. A solução foi buscar profissionais que ajudaram na minha recuperação. Hoje já percorro longas distâncias com a “bike”, usando calçado adequados e livre de grandes riscos”, conta.

Inseridos no grupo de risco, os sedentários devem ter cuidados redobrados na hora da prática esportiva. “Estas pessoas possuem uma grande fraqueza nos músculos. Estes músculos são os responsáveis por manter a coluna estabilizada e a postura sobre a bicicleta é fator determinante no surgimento de lesões cervicais e lombares, por isso a musculatura fortalecida é essencial. Em casos de hérnia de disco, o recomendado é tratar o paciente com muita fisioterapia e a técnica de RMA (Reconstrução Músculo Articular da Coluna Vertebral), que reúne também as mesas de tração e flexo-descompressão. A dica para a prevenção de qualquer dano, além do fortalecimento, é sempre se alongar antes e após o exercício, fazer abdominais, repouso adequado e, é claro, saber o próprio limite”, destaca Martins.

Conheça outras lesões e como evitá-las

Lesões Musculares – Ocorrem principalmente no tríceps sural e nos quadríceps, em geral por, overuse (excesso de uso). Alongue-se diariamente após os exercícios.

Procure praticar musculação para promover o fortalecimento dos grupos musculares envolvidos no ciclismo.

Descanse depois de treinos muito árduos e de competições. O repouso deve fazer parte de seu treinamento.

Parestesia Peniana – É a dormência e falta de sensibilidade na região entre as pernas, que vai apoiada no selim da bicicleta. Nas mulheres ocorre a parestesia dos grandes lábios. O nervo, quando submetido a uma compressão por longo período de tempo, passa a ter menor sinal de impulso nervoso, o que leva a perda de sensibilidade temporária. Não há relatos de perda de potência devido ao ciclismo. Cada um deve conhecer o limite de tempo que pode ficar sentado sobre o veículo. Para iniciantes, apenas 20 minutos podem gerar incômodos.

Use bermuda de ciclismo com o forro feito de uma espuma de alta densidade, mesmo em aulas de ciclismo indoor.

Procure adquirir um selim vazado no centro que ajuda a aliviar a pressão nessa região.

Fascite Plantar: É a sensação de queimação na planta do pé, dor na parte posterior da sola ao tocar o chão. Geralmente o pior momento da dor acontece durante os primeiros passos pela manhã ou durante o início da corrida. Dentre os fatores predisponentes encontram-se a falta de alongamento e aquecimento, mais comum em pés cavos, obesidade, pronação e supinação excessivas e idade avançada.

Procure usar sapatilhas próprias para ciclismo.

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