Na primeira parte dos posts sobre obesidade, eu explico sobre a necessidade do tratamento ser feito por uma equipe multidisciplinar e na parte II, falo sobre a classificação do obeso.

Eu também alerto sobre a sintonia que deve existir entre os profissionais que estarão envolvidos no tratamento, mas o que esperar do primeiro contato com estes especialistas?

check-up

Avaliação Inicial

Todos os profissionais, seja médico, nutricionista ou educador físico, devem realizar uma avaliação das condições do indivíduo. Por mais experiente que seja o especialista ele precisa de informações individuais sobre o paciente/cliente. As causas da obesidade são muitas, portanto não é possível fazer um tratamento genérico, tudo deve ser feito sob medida.

O que esperar dessa avaliação?

Anamnese Clínica: todos os profissionais envolvidos deverão fazê-la, as questões serão sobre seu histórico de saúde e hábitos comportamentais, questões específicas podem aparecer dependendo do especialista consultado. É usada para conhecer histórico familiar de doenças e prever a chance de herança genética, quais as cirurgias realizadas, medicamentos tomados, problemas de saúde, hábitos alimentares, de sono, nível de atividade, etc. A partir dela será determinado quais são os outros testes ou exames necessários.

  1. FC e PA – valores da sua freqüência cardíaca em repouso e pressão arterial.
  2. Medidas antropométricas – circunferências de membros e outras partes do corpo. Largura dos ossos. Peso e altura. Auxilia na predição de riscos para problemas cardiovasculares. É utilizada para verificar a diferença entre o tamanho dos membros, como parâmetro comparativo para uma próxima avaliação e utilizada na predição da composição corporal.
  3. Composição corporal – é utilizada para o conhecimento da proporção em massa gorda e massa magra. Existem muitos métodos. O que utiliza apenas as medidas antropométricas é o menos preciso e o que apresenta o melhor resultado são
    exames por imagem (muito caros, raramente utilizados). O compasso (dobras cutâneas) apresenta resultados razoáveis, mas não deve ser usado em obesos. Uma saída com o custo benefício razoável são testes de bioimpedância.
  4. Exames bioquímicos – exames laboratoriais de sangue, urina. Apesar da porcentagem de obesos por problemas metabólicos ser baixa (5%), é interessante verificar, principalmente as dosagens hormonais. Se possível pedir para o médico incluir dosagem de Grelina e Leptina (hormônios reguladores do apetite).
  5. Eletrocardiograma – é o mínimo que se espera para verificar as condições do coração (em repouso). Havendo necessidade outros exames serão bem vindos!
  6. Teste de esforço – teste ergométrico ou ergoespirométrico (dificilmente você irá convencer seu médico para fazê-lo!). Interessante para todos, indicado a partir dos 30 anos, impressindível após os 40! O primeiro vai indicar o comportamento do seu coração e da sua pressão arterial durante o exercício e o segundo trás essas informações e também sobre o consumo de O².
  7. Outros exames podem ser solicitados dependendo de cada especialista, das suas condições de saúde e do tipo de intervenção que será feita.

O conhecimento dos resultados desses exames são importantes para todos os profissionais envolvidos, inclusive para o professor de Educação Física. A prescrição dos exercícios pode depender de alguns deles. E outros irão ajudar na verificação dos resultados, depois de um determinado período, comparando sua condição antes e depois da intervenção.

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