Uma das notícias mais comentadas recentemente tem sido sobre a entrevista dada pelo ciclista Lance Armstrong à Oprah, onde admite o doping. Armstrong confirma ter usado testosterona, cortisona e hormônio do crescimento humano, além de ter se submetido a transfusões de sangue para ocultar o doping, a segunda parte da entrevista vai ar hoje (sexta, 18).

Lance Armstrong e o doping, uma questão de ética e não de saúde

Diante de Oprah Winfrey, Lance Armstrong admite que tomou drogas para vencer (Foto: AP)

O que é doping

A palavra doping indica o uso de substância e/ou método proibido por parte de um atleta em benefício próprio, para progredir em seus treinamentos e melhorar seus resultado.

Explicamos um pouco mais sobre o assunto no post publicado em No Rio 2016, a página do Portal Fique Informa dedicada aos Jogos Olímpicos de 2016.

Doping uma questão de ética e não de saúde

Uma colega, Profissional de Educação Física conceituada e advogada disse que “A questão do doping deveria ser descartada no esporte de alto nível, os atletas de performance visam resultado e não saúde.” e completa afirmando “Vocês acham que ele ganhava por causa do que tomava ? Eu acredito e muito que não, pois muitos se dopam igualmente e nunca chegaram no podium. Tem outras questões envolvidas, bem como, genética, disciplina e boa sorte!”

E e digo, ela tem toda razão! Esporte de alto nível passa longe do que pode ser considerado saudável e o doping sozinho não garante resultado.

A questão aqui é de ética. O que rege o esporte são as regras e uma delas diz que o uso de substâncias que possam melhorar o desempenho é proibido. Desrespeitar regras é antiético e não importa a forma como ela foi desrespeitada, o doping é apenas uma forma.

Lance Armstrong não foi o primeiro e não será o último a burlar as regras através do doping, só para citar mais um nome, lembram de Ben Johnson? O que causa o grande mal estar nessa história é que mais do que um grande atleta Lance Armstrong era um exemplo de perseverança e superação em função da sua luta contra o câncer. Ele foi levado do patamar de atleta ao patamar de herói e na nossa sociedade heróis não tem o direito de errar. Ele errou e agora tenta de alguma forma reparar esse erro, se seus motivos são de ordem econômica ou se por arrependimento, não cabe a mim julgar, mesmo porque já tem bastante gente fazendo isso como mostra um artigo publicado no Lancenet.

Armstrong pode não ser um exemplo de atleta e ter seu caráter questionado, mas não podemos esquecer da sua contribuição na luta contra o câncer que é na verdade o seu maior legado. Ainda que os fins não justifiquem os meios que jogue a primeira pedra quem nunca errou.