Sentir dor no ombro pode ser mais comum do que imaginamos. O tratamento do ombro instável envolve várias etapas, quanto mais cedo a reabilitação do ombro for iniciada mais fácil será o tratamento.

O ombro é uma articulação com grande mobilidade e pouca estabilidade, por isso a incidência de lesão é grande, seja ela por frouxidão ligamentar, deslocamento pós traumático, desbalanceamento muscular, desgaste articular ou uso excessivo (no caso das tendinites causadas por esforço repetitivo – LER).

Dor no ombro

Anatomicamente, a parte esquelética do ombro é formada pelo úmero, clavícula e escápula. A parte muscular é formada por seis músculos principais e ligamentos que também fazem parte desta articulação e estabilizam o ombro junto com os músculos de maneira ativa e interdependente.

Músculos do ombro

Qualquer alteração nestas estruturas de estabilização do ombro pode levar ao que chamamos de ?ombro instável? que é uma condição patológica, deve ser tratada e levada a sério!

É comum que portadores de dor no ombro procurem ajuda médica apenas quando perdem a função do braço, ou seja, quando ficam incapacitadas de realizarem suas atividades diárias. É ai que está a dificuldade em relação ao tratamento, pois a articulação já apresenta estruturas altamente lesionadas, dificultando a reabilitação e aumentando o tempo de retorno as atividades normais do paciente.

Objetivos do tratamento da dor no ombro instável

A reabilitação do ombro instável deve ser feita a partir de um diagnóstico exato, isto é necessário para que o fisioterapeuta elabore um programa de reabilitação respeitando as particularidades da patologia que levou o paciente a esta condição. Este programa de reabilitação tem como objetivo:

  • Diminuir a dor;
  • Diminuir o edema (inchaço);
  • Recuperar a amplitude de movimento e funções normais do ombro.

O tratamento deve sempre respeitar as peculiaridades de cada patologia que possa ter levado a esta condição de instabilidade articular.

Estratégias de reabilitação da dor no ombro instável

A partir dos objetivos traçados o fisioterapeuta define as formas de alcançá-los. Muitos médicos indicam e também muitos fisioterapeutas seguem alguns protocolos de reabilitação.

Cabe ao profissional ponderar o momento e a forma da aplicação destes protocolos, pois cada paciente e cada patologia apresentam fases de doença diferentes, tendo, cada um, suas características e particularidades.

Fase 1 do tratamento do ombro instável

De uma forma geral, é comum na fase aguda, onde a dor e o edema prevalecem, que sejam usados equipamentos de eletroterapia e ultra som, além da crioterapia (gelo – que o paciente pode fazer em casa também), a fim de diminuir a inflamação do componente articular.

Fase 2 do tratamento do ombro instável

Normalmente consiste em recuperar a amplitude de movimento da articulação, ou seja, devolver mobilidade ao ombro. Isso é obtido através de exercícios passivos, auto-passivos e/ou ativos leves (dependendo do grau de comprometimento e de dor perante a movimentação do membro), exercícios pendulares (onde a articulação fica ?solta?, ou seja, abre-se o espaço articular, o contato entre as estruturas ósseas é menor) e mobilizações passivas dos componentes ósseos.

Fase 3 do tratamento do ombro instável

O fisioterapeuta tem como objetivo o ganho de força e trofismo muscular (massa muscular); cinesioterapia (terapia através do movimento) ativa e resistida, e exercícios que exijam do ombro força em amplitudes maiores também são utilizados dependendo da evolução do paciente.

Os exercícios nesta fase devem ser ditados pelo fisioterapeuta, respeitando o mecanismo que lesionou a articulação e a amplitude de movimento que o paciente conseguiu alcançar.

Fase 4 do tratamento do ombro instável

A fase final é chamada de reinício de atividades. Os exercícios de fortalecimento e alongamento continuam a existir e são inclusos movimentos com grandes amplitude, pois a articulação do ombro tem grande funcionalidade nas atividades diárias do paciente e a maior parte das atividades do membro superior exigem que a mão e o braço se movimentem livremente. Por isso quanto mais funcional for a reabilitação, mais rápido o paciente irá voltar a realizar suas tarefas sozinho.

O Pilates na reabilitação do ombro instável

O Pilates tem sido indicado para pacientes já na terceira fase da reabilitação, pois o método preconiza um trabalho de alinhamento ideal das articulações e melhorar postura antálgica (para aliviar a dor) que o paciente possa ter adotado no processo de doença, pensando em ativar corretamente a musculatura envolvida na lesão, sem exigir de outros músculos (músculos do pescoço e das costas, por exemplo) um esforço desnecessário para uma movimentação simples da articulação, protegendo-a e trazendo o membro superior a uma condição normal de movimentação de forma segura e agradável ao paciente.

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Por: Ft. Renata Poliche
Graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitário São Camilo.
Especializada em Acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa, Fisioterapia Cardiorespiratória e Terapia Intensiva.
Aprimoramento em Pilates Solo e Studio pela Stott Pilates.